Por Dra Thais Padrão
A realização deste sonho traz à tona o desconforto superando o medo de se submeter ao procedimento.
O medo é o fator que demonstra a racionalidade. As mídias trazem notícias e desfechos negativos quando se trata de cirurgia plástica. Ouço dentro de consultório sobre o medo da dor, medo de ter complicações, medo de cicatrizes de má qualidade, medo da anestesia, medo de morrer. Quanto maior a segurança melhor portanto. Mas como saber se seu corpo está preparado para passar por essa transformação?
Cirurgia plástica é sim um momento de se permitir transformar! Refletir sobre quais mudanças serão entregues ao seu corpo e mente é um jeito formidável de se preparar. Deseja-se eliminar o desconforto que o inestético traz associado à insegurança; o reconhecimento da autoimagem através do belo para seu próprio padrão, afinal já se foi a era do padrão de beleza ideal e estamos valorizando padrões individuais. Assim, o primeiro passo para realizar a sua cirurgia plástica é procurar saber se o seu corpo está saudável para passar por esse momento.
A visão do ser humano com um ser integral identifica a queixa do(a) paciente e realiza sua abordagem através do manejo das suas causas, não mais apenas com o tratamento da consequência. Isso significa que realizar uma lipoaspiração por exemplo, não deve modificar a causa do acúmulo de gordura localizada se você não procurar também solucionar a razão pela qual essa gordura foi acumulada, com perda de resultado em curto espaço de tempo. Faz-se assim relevante a avaliação dos hábitos de vida do(a) paciente para compreensão do estado em que se encontra sua fisiologia. A Fisiologia Humana estuda sobre os principais processos que se passam no interior do organismo. O entendimento desse ramo é o que traz ao estudioso da área o conhecimento sobre como os processos fisiológicos influenciam no funcionamento dos sistemas e processos do corpo humano. Para tal, vale identificar como se encontram: a qualidade da sua alimentação, sono e humor, a prática regular de atividade física, níveis de disposição e estresse, composição corporal, digestão, pele e cabelos, imunidade, ciclo menstrual (no caso das mulheres), entre outros. Tudo isso revela muito e quase tudo sobre o estado de sua saúde física e mental, e transparece o grau de inflamação do seu organismo, que está diretamente relacionado ao risco de complicações em Cirurgia Plástica.
Quando se trata de inflamação, usa-se o termo para se referir à resposta do corpo a qualquer agressão e sua tentativa de restaurá-lo ao estado basal, ou seja, para cada ataque é desenvolvida uma defesa. Pense portanto a quantas agressões estamos submetendo nossa máquina a cada dia, seja durante a escolha de cada alimento que ingerimos, seja através de pensamentos negativos. O nível de inflamação pode ser quantificado a partir de marcadores avaliados por exames de laboratório, e permite definir o status de alteração de saúde ou risco de doenças, comprometendo a recuperação adequada após uma cirurgia. A abordagem para redução desse escore se baseia em suplementação com fitoterápicos e nutracêuticos associada a orientações nutricionais. O objetivo se encontra em mitigar o risco de eventos tromboembólicos (trombose venosa profunda e embolia pulmonar), infecção, alterações de cicatrização, alergias, inchaço prolongado e dor.
A auto observação é condição fundamental para a avaliação proposta. Falamos ainda em desenvolver o cuidado genuíno com seu corpo. Práticas de auto cuidado diárias elevam as chances de prolongar o resultado do procedimento e aumentar o prazer diante da vida, essencial para alcançar as expectativas diante do procedimento cirúrgico.
Recomendo um planejamento para realização de uma cirurgia plástica. Precisamos de algum tempo para preparar seu organismo até que chegue a hora de coroá-lo com a cirurgia, que vai lhe permitir vivenciar o inédito desejado, porém com longevidade de resultado e melhor qualidade de vida.